PRA ENTENDER A TOURADA...

A tourada vai além da figura imortalizada no imaginário popular:o toureiro, com seu colorido traje de luzes (uma referência aos seus típicos bordados reluzentes), atiçando um touro com um tecido vermelho. Na verdade, essa é apenas a parte final do evento. Dividida em três “terços” com objetivos bem definidos, o espetáculo acontece no final da tarde e o público pode comprar seus ingressos nos tendidos de sol ou tendidos de sombra.

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No primeiro terço, a “Sorte de Verônicas”, o toureiro e seus auxiliares (a quadrilha) estão armados apenas do capote, um grande pano colorido – geralmente amarelo e fúcsia. O touro, de raça feroz e treinado para a luta, é atraído pelos movimentos do toureiro – chamados de passes. Os mais conhecidos são: a Verônica, o Molinete e Chicuelina. Eles também ajudam a conhecer o temperamento e a forma de ataque do animal.

No “Terço de Varas”, surge o picador. Sobre um cavalo, vendado e protegido com uma manta grossa, o picador traz uma lança que tem na sua extremidade uma lâmina cortante, em forma de “T”. Ele deve dar três estocadas numa região acima do pescoço do animal, deixando-o lento e fazendo-o baixar o pescoço. Depois dele, vem os banderilheiros, que tem a função de enfrentar o touro cara a cara e, num movimento rápido e leve, cravar três pares de bandarilhas, com arpões nas pontas, no dorso do animal. As bandarilhas tem um sistema que permite que elas se quebrem, pra não atrapalhar o toureiro e seus enfeites tem a função de escoar o sangue do touro. O toureiro pode dispensar os ajudantes e optar por ele mesmo cravar as bandarilhas.

No último terço, a “Sorte de Matar”, o toureiro encara o touro com a muleta, o famoso pano vermelho, montado num bastão de madeira. Eles vão se aproximando mais e mais até que o animal fique numa posição adequada para a estocada final. Com uma espada, o toureiro deve atingir uma região especifica do pescoço do animal – conhecido como “olho das agulhas” – provocando a sua morte imediata. Se ele falhar, será utilizado um punhal para sacrificar definitivamente o touro.

O júri determina se o toureiro merece o prêmio máximo: as orelhas e a cauda do animal. O público pode, também, pedir o indulto do animal. Neste caso, ele não é sacrificado, suas feridas são tratadas e ele é solto no campo e torna-se reprodutor. Mas isso é raro. Normalmente, os touros mortos tem sua carne vendida em açougues.